5 níveis de maturidade em segurança de APIs
Sec4u
18 de dezembro de 2024

A segurança de APIs é fundamental para proteger sistemas e dados corporativos contra ataques e exposições indesejadas. 

Empresas que desejam avançar na maturidade de segurança de APIs podem se beneficiar de um modelo estruturado em cinco níveis: básico, reativo, controlado, proativo e estratégico. 


O artigo de hoje explora cada nível em detalhes, destacando características, práticas de segurança e riscos associados. 

 

O cenário atual de API Security 


Antes de nos aprofundarmos sobre os níveis de maturidade de segurança de APIs, é interessante entendermos o cenário atual que as organizações enfrentam. 


Nos últimos anos, as APIs se tornaram peças-chave para a transformação digital das empresas, permitindo a integração entre sistemas, automação de processos e criação de novas experiências para usuários. 


No entanto, esse crescimento também atraiu a atenção de atacantes, tornando as APIs um dos alvos preferidos na conjuntura atual de cibersegurança


Segundo um relatório recente da OWASP (Open Web Application Security Project), as APIs estão cada vez mais expostas a ameaças complexas, resultando em violações de dados e interrupções de serviços. Entre as principais ameaças enfrentadas pelas empresas estão: 


Exfiltração de dados sensíveis: APIs mal protegidas podem expor informações críticas, como dados de clientes, transações financeiras e credenciais de acesso. 


Ataques de autenticação e autorização: falhas em mecanismos de autenticação ou permissões configuradas inadequadamente permitem que invasores acessem sistemas sem a devida autorização. 


Injeções de código: explorações como SQL Injection e Cross-Site Scripting (XSS) são comuns em APIs que não realizam validação adequada dos dados de entrada. 


Abuso de recursos: APIs sem limites de uso estão suscetíveis a ataques de negação de serviço (DoS), que podem paralisar sistemas ao sobrecarregá-los. 


Shadow e zombie APIs: APIs não documentadas ou obsoletas frequentemente passam despercebidas pelas equipes de TI, deixando portas abertas para atacantes. 


Problemas como esses são agravados pela velocidade com que as empresas precisam inovar. 


Em muitos casos, a segurança pode ser negligenciada diante da necessidade de priorizar lançamentos rápidos, aumentando a superfície de ataque. Para enfrentar esses desafios, é essencial que as organizações adotem um modelo estruturado de maturidade em API Security. 


Conheça os níveis desse modelo a seguir. 

 

1. Nível Básico (Inicial) 


No nível básico, a organização está apenas começando a lidar com a segurança de APIs. Geralmente, não há processos ou ferramentas estabelecidos para gerenciar riscos. 


Características: 


  • Inventário de APIs: inexistente ou informal. A equipe de TI não possui um mapeamento claro de quais APIs estão em uso
  • Autenticação e autorização: APIs expostas sem autenticação ou utilizando autenticação básica (ex.: login/senha simples). 
  • Validação de entrada: pouco ou nenhum controle sobre os dados que as APIs aceitam, deixando-as vulneráveis a ataques como injeções SQL ou scripts maliciosos. 
  • Monitoramento e logs: ausentes ou mínimos, sem capacidade de rastrear atividades suspeitas. 
  • Ferramentas e segurança: controles de segurança quase inexistentes


Riscos: 


  • Alta exposição a ataques de força bruta, injeções de código e vazamento de dados sensíveis. 
  • Sem visibilidade das APIs, incidentes podem passar despercebidos. 

 

2. Nível Reativo 


No nível reativo, a organização já reconhece a importância da segurança de APIs, mas ainda reage principalmente a incidentes. 


Características: 


  • Inventário de APIs: apenas parcialmente mapeado, muitas vezes com gaps importantes. 
  • Autenticação e autorização: implementação limitada de autenticação, geralmente utilizando API keys ou autenticação básica
  • Validação de entrada: introduzida de forma manual e geralmente em resposta a incidentes específicos
  • Monitoramento e logs: configurado para capturar falhas críticas, mas ainda insuficiente para identificar ataques avançados. 
  • Ferramentas e segurança: adoção inicial de ferramentas de monitoramento, mas sem integração ao ciclo de vida das APIs


Riscos: 


  • Maior resiliência a ataques básicos, mas vulnerável a ameaças avançadas. 
  • Falta de automação e políticas consistentes prejudica a capacidade de resposta. 

 

3. Nível Controlado 


No nível controlado, as organizações alcançam um gerenciamento mais estruturado e abrangente das APIs. 


Características: 


  • Inventário de APIs: completo e atualizado, incluindo o mapeamento de shadow APIs (APIs desconhecidas ou não documentadas). 
  • Autenticação e autorização: uso predominante de mecanismos robustos como OAuth 2.0 e tokens JWT
  • Validação de entrada: implementada de maneira consistente, com regras básicas de limites de recursos e taxas
  • Monitoramento e logs: configurado para identificar atividades suspeitas e detectar padrões de ataque conhecidos
  • Ferramentas e segurança: políticas de segurança documentadas e práticas padronizadas


Riscos: 


  • Vulnerabilidade a ataques mais sofisticados, como exploração de lógica de negócios. 
  • Dependência de intervenções manuais para ajustar controles. 

 

4. Nível Proativo

 

Organizações no nível proativo começam a integrar a segurança no ciclo de vida das APIs, antecipando ameaças e mitigando riscos antes que causem danos. 


Características: 


  • Inventário de APIs: automatizado e contínuo, com monitoramento ativo de shadow APIs e zombie APIs (APIs obsoletas ainda em uso). 
  • Autenticação e autorização: aplicação do princípio de menor privilégio, garantindo que cada usuário ou sistema tenha apenas o acesso necessário. 
  • Validação de entrada: rigorosa, com verificações de dados implementadas em múltiplos níveis
  • Monitoramento e logs: ferramentas em tempo real para detecção e resposta a ataques, integradas com sistemas de alertas. 
  • Ferramentas e segurança: soluções avançadas como scanners de segurança integrados ao pipeline de CI/CD


Riscos: 


  • Bem protegido contra ataques convencionais, mas ajustes manuais ainda podem ser necessários para ameaças complexas. 
  • Exige alto grau de coordenação entre equipes de TI e segurança. 

 

5. Nível Estratégico (Avançado) 


O nível estratégico representa a maturidade máxima na segurança de APIs, onde as práticas de segurança são integradas à governança corporativa. 


Características: 


  • Inventário de APIs: parte de uma governança abrangente, com análise contínua de vulnerabilidades e insights estratégicos. 
  • Autenticação e autorização: segurança gerenciada centralmente via gateways de APIs e plataformas de API Management. 
  • Validação de entrada: automatizada e reforçada por machine learning para adaptação a novos padrões de ataque
  • Monitoramento e logs: ferramentas baseadas em inteligência artificial para detectar e responder a anomalias em runtime
  • Ferramentas e segurança: conformidade com regulamentos globais (ex.: GDPR, LGPD, PCI-DSS) como parte do planejamento estratégico. 

Riscos: 

  • Poucos, mas podem surgir de fatores como configurações inadequadas ou falhas em integrações complexas. 

 

Como evoluir seu modelo de API Security? 


A maturidade em segurança de APIs não é um destino, mas uma jornada. Organizações que progridem ao longo dos níveis de maturidade conseguem reduzir significativamente os riscos e proteger melhor seus sistemas e dados. 


Para a avançar nesse caminho, é interessante que empresas avaliem sua posição atual e busquem entender e implementar práticas para desenvolver uma estratégia robusta de segurança de APIs


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