As APIs ocupam cada vez mais um espaço de destaque nas organizações. Ao mesmo tempo que cresce sua utilização na comunicação entre sistemas e aplicativos, as APIs também se tornaram um dos alvos principais de cibercriminosos.
De acordo com o relatório “State of API Security 2024”, os ataques a APIs aumentaram 681% nos últimos dois anos. Os dados da Salt Security também revelam que 95% das organizações enfrentaram questões de segurança relacionados a APIs em 2023, enquanto 20% desses incidentes levaram a vazamentos de dados sensíveis.
Esse aumento das ameaças está diretamente relacionado ao crescimento exponencial das APIs no mercado e à falta de implementações de segurança adequadas.
No nosso último artigo, exploramos cinco falhas e vulnerabilidades mais comuns de APIs, com base na lista OWASP API Security Top 10. Hoje, vamos focar nas melhores práticas que as empresas podem começar a implementar para fortalecer suas arquiteturas de segurança.
O que é segurança de APIs?
A segurança de APIs refere-se a um conjunto de práticas, ferramentas e processos usados para proteger APIs contra ataques, acessos não autorizados e vazamentos de dados. Isso inclui garantir que apenas usuários e sistemas autorizados possam acessar dados e funcionalidades, além de monitorar constantemente para identificar comportamentos anômalos.
Por que API Security é importante?
De forma geral, podemos resumir a importância da segurança de APIs nos seguintes tópicos:
- Proteção de dados sensíveis: APIs conectam sistemas que geralmente compartilham informações confidenciais, como dados pessoais ou financeiros.
- Prevenção de interrupções de serviço: um ataque pode derrubar serviços inteiros, afetando usuários e gerando prejuízos financeiros.
- Conformidade regulatória: leis como a GDPR (Europa) e a LGPD (Brasil) exigem medidas rigorosas para proteger dados em trânsito e em repouso.
- Reputação da marca: um incidente de segurança pode comprometer a confiança de clientes e parceiros de negócio.
Agora que apresentamos um pouco do cenário atual das APIs, vamos explorar cinco melhores práticas para proteger seus sistemas.
1. Implementar autenticação e autorização fortes
Sem autenticação e autorização fortes, suas APIs estão vulneráveis a acessos não autorizados, resultando em potenciais vazamentos de dados.
Elas são os pilares da segurança em APIs e garantem que apenas usuários ou sistemas autorizados possam acessar recursos específicos.
Para implementar práticas de autenticação e autorização de forma eficaz, você pode:
Usar padrões robustos
Adote protocolos como OAuth 2.0 e OpenID Connect para gerenciar autenticação e autorização de forma segura.
Implementar autenticação multifator (MFA)
Adicione camadas extras de proteção exigindo mais de uma forma de verificação (ex.: senha e token).
Revogar tokens quando necessário
Garanta que tokens de acesso sejam revogados quando um usuário perde acesso a um recurso.
Controlar acesso por função
Utilize RBAC (Controle de Acesso Baseado em Funções) para assegurar que usuários só tenham acesso às funcionalidades essenciais ao seu trabalho.
2. Praticar o princípio de menor privilégio
O Princípio de Menor Privilégio (POLP) assegura que usuários ou sistemas tenham acesso apenas aos dados e funções estritamente necessários para realizar suas tarefas.
- Configure permissões específicas: limite o acesso com base nas funções de usuários e nos casos de uso.
- Evite concessões amplas: nunca atribua permissões administrativas a processos ou usuários comuns.
- Faça revisões periódicas: verifique regularmente as permissões concedidas para garantir que estejam alinhadas às necessidades atuais.
Exemplo prático:
Se uma API é usada por um aplicativo de compras online, apenas o sistema de inventário deve ter acesso para modificar os dados de estoque. A aplicação de frontend não deve possuir essa permissão.
3. Realizar descoberta e monitoramento contínuos de APIs
Com o aumento de APIs expostas, pode ser difícil acompanhar todas as conexões ativas. A descoberta e o monitoramento contínuos ajudam a identificar APIs "perdidas" ou mal configuradas que podem servir como portas de entrada para ataques.
Mantenha um inventário completo
Catalogue todas as APIs em uso é essencial para evitar que alguma passe despercebida.
Implemente monitoramento ativo
Use ferramentas para rastrear comportamentos anômalos e tráfego incomum em tempo real.
Detecte alterações não autorizadas
Acompanhe mudanças no código e na configuração para prevenir vulnerabilidades acidentais.
4. Aplicar validações e filtragem de entrada
Um dos métodos mais usados por hackers para explorar APIs é injetar dados maliciosos, como comandos SQL ou scripts. O uso de filtros de autenticação e critérios de filtro possibilita a proteção de dados sensíveis e garante que apenas usuários autorizados acessem informações.
Para mitigar esses riscos associados, aqui estão algumas práticas que podem ser implementadas na sua operação.
- Valide todos os dados recebidos. Certifique-se de que as entradas estejam no formato esperado (ex.: números, strings ou JSON).
- Utilize listas de permissões. Ao invés de bloquear entradas suspeitas, especifique quais entradas são permitidas.
- Higienize os dados recebidos. Remova caracteres especiais que possam ser usados em ataques de injeção.
- Estabeleça limites de tamanho. Evite ataques de negação de serviço (DoS) limitando o tamanho das requisições.
5. Adotar ferramentas especializadas para proteção em runtime
Mesmo com todas as práticas preventivas, APIs ainda podem ser alvo de ameaças em tempo de execução.
Ferramentas especializadas fornecem uma camada extra de proteção e são essenciais para identificar anomalias de comportamento, como um ataque de preenchimento de credenciais, e configurações incorretas nas APIs.
RASP (Proteção de Aplicação em Tempo Real)
Essas ferramentas monitoram e bloqueiam atividades maliciosas durante a execução da aplicação.
Segurança de API Gateway
Use API Gateways com recursos de segurança integrados, como autenticação e análise de tráfego.
Integração com SIEMs
Soluções de gerenciamento de eventos de segurança (SIEMs) ajudam a correlacionar dados de logs e identificar ameaças em tempo real.
Com uma abordagem automatizada e ferramentas como essas especializadas, você pode identificar padrões de ataque com maior rapidez e precisão do que métodos manuais, reduzindo o impacto de ameaças a APIs.
A segurança de APIs é uma questão técnica e uma responsabilidade estratégica.
Garantir API Security é uma tarefa contínua que exige uma combinação de boas práticas, monitoramento constante e ferramentas especializadas.
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